Apresentação
A V Feira Literária das Águas Virtuosas (FLAVIR) será realizada entre os dias 07 e 16 de maio, de forma totalmente online. A programação, que oferecerá gratuitamente mais de 40 atrações artísticas e culturais, foi construída em parceria com artistas e instituições das cidades mineiras de Cambuquira, Caxambu, Lambari, São Lourenço, Três Corações e Varginha.
Nesta edição, a FLAVIR homenageia a escritora mineira Conceição Evaristo, um dos principais nomes da literatura nacional. Vencedora do Prêmio Jabuti, em 2015, e considerada Personalidade Literária do Ano, em 2019, Evaristo dedica sua obra ao universo das mulheres negras e à ancestralidade na negritude brasileira. Doutora em literatura, ela criou, há mais de três décadas, o conceito de “escrevivência”, em referência à escrita do cotidiano e da memória de pessoas e povos que há séculos têm sido silenciados.
Em outra iniciativa inédita e fundamental, a feira terá parte de sua programação dedicada à rememoração da relação dos povos com as fontes do Circuito das Águas do Sul de Minas Gerais e aos conflitos ambientais na região. Nesse flanco, destaque para o filósofo indígena Ailton Krenak – uma das vozes mais respeitadas no debate ecológico internacional –, que proferirá a Conferência de Encerramento da feira. E para Aline Pachamama, escritora, editora e doutora em História, que é representante da etnia indígena Puri, povo guardião das terras altas da Mantiqueira, e falará desde o coração da floresta.
O debate em relação às águas minerais contará ainda com a produção de reportagens inéditas sobre o tema. Elas serão baseadas em 16 pesquisas de pós-graduação da Universidade Federal de Lavras (UFLA), desenvolvidas sob orientação do Prof. Dr. José Roberto Pereira, além de outras fontes. Na programação também serão realizadas mesas de debate que abordarão os idiomas e as culturas dos povos originários do país. Em conjunto, as atrações tecem um importante panorama acerca das chamadas “Guerras das Águas”.
Além de Conceição Evaristo e Ailton Krenak, a V FLAVIR destacará o Mestre P.MC. Rapper, arte-educador e um dos principais nomes do nascedouro do hip-hop nacional, na década de 1980. Ele compôs cinco álbuns solo, dezenas de singles e centenas de participações em músicas e discos, e é um dos compositores da música-tema da FLAVIR 2021. No final dos anos 90, P.MC. foi o primeiro arte-educador a lançar mão de elementos da cultura hip hop para alfabetizar jovens em conflito com a lei, nas unidades da antiga Febem, em São Paulo. Em 2014, com o projeto “Pé de Palavra”, o rapper passou a promover a alfabetização por meio do uso de rimas e trava-línguas originais. Na feira literária, a “Pedagogia de Rua” de Mestre P.MC será apresentada em três cursos de arte-educação, destinados a crianças, adolescentes e professores alfabetizadores.
Como resultado do aprimoramento da tradicional parceria com artistas e entidades da cena cultural sul mineira, uma das grandes novidades dessa edição da FLAVIR é que, pela primeira vez, a feira será itinerante. A programação contemplará os seguintes parceiros e cidades: Nova Cambuquira (Cambuquira); Academia Caxambuense de Letras (Caxambu); Centro Cultural Vagão 98 (Lambari e Três Corações); Grupo Literário Fonte das Letras (São Lourenço); e Associação dos Poetas e Escritores do Sul de Minas (Varginha).
Outra importante parceira da feira neste ano é a Editora Peirópolis, que, além de ter lançado a obra completa de Henriqueta Lisboa, tem uma linha editorial dedicada à diversidade cultural que reúne alguns dos mais importantes nomes da literatura indígena brasileira. Entre outras colaborações, a Peirópolis oferecerá livros gratuitos para download em todos os dias do evento, além de 30 obras físicas que serão sorteadas para o nosso público.
Com destaques da cultura, da literatura e de outras artes e parcerias com entidades culturais atuantes no Sul de Minas, a FLAVIR caminha para se consolidar como um dos grandes eventos da economia criativa em Minas Gerais.
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A V FLAVIR é realizada pela Livraria Estação Mercado do Livro, com apoio do Centro Cultural Vagão 98 e parceiros. O evento é custeado com recursos da Lei Aldir Blanc, destinados pela Secretaria de Cultura do Estado de Minas Gerais.